O secretário-executivo da Secretaria de Estado da Saúde, Eduardo Ribeiro Adriano, afirmou nesta terça-feira (8), durante prestação de contas à Comissão de Saúde da Assembleia Legislativa de São Paulo, que a demanda por cirurgias eletivas represadas por conta da pandemia da pandemia da Covid-19 foi reduzida em 80,6% no Estado.

De acordo com o secretário, o mutirão iniciado pela secretaria em 2022, que contempla 54 diferentes tipos de procedimentos, foi o principal motivo para a queda registrada. "Todos nós acompanhamos, como resultado do período da pandemia, um grande represamento de pacientes aguardando por procedimentos, exames e, sobretudo, por cirurgias", disse Adriano.

A fila acumulada no Estado por conta da pandemia desde 2020 era de 538.160 cirurgias. Com o mutirão da secretaria, esse número caiu para 104 mil em outubro deste ano. "O mutirão possibilitou recuperarmos a situação de demanda reprimida para que o próximo gestor possa ter tempo e clareza para executar as ações necessárias e continuar avançando com as cirurgias eletivas", afirmou o secretário.

Durante a reunião presidida pela deputada Patrícia Bezerra (PSDB), parlamentares integrantes da comissão falaram sobre a relação entre os procedimentos realizados e a Central de Regulação Cross. "As queixas sobre o sistema Cross são repetitivas. Todos os deputados recebem reclamações em relação ao tempo de espera e à falta de transparência", afirmou Patrícia Bezerra.

Os parlamentares afirmaram que entre as principais reclamações que recebem está a falta da exposição de uma lista de espera ou de um prazo para a realização dos procedimentos. Na ocasião, o secretário-executivo explicou que a Cross não é necessariamente uma fila de espera, mas sim um gerenciador de vagas com uma classificação interna de gravidade. "A Cross garante que toda a nova oferta de serviço de saúde seja distribuída de forma a melhor atender o interesse público".

"A Cross é um sistema que faz a conexão entre a necessidade de leitos e a oferta de leitos por meio de um sistema de inteligência. É uma ferramenta que democratiza os serviços de saúde", completou Adriano.

Contas

O secretário-executivo de Saúde apresentou também aos parlamentares os dados da produção hospitalar e ambulatorial no Estado, e mostrou os repasses feitos a hospitais filantrópicos, assistência farmacêutica e vacinação, além da construção de 15 novos hospitais.

Em relação aos repasses para hospitais filantrópicos, Adriano destacou que foram destinados cerca de R＄ 302,4 milhões para essas entidades no último quadrimestre, através dos programas Pró-Santa Casa, Santas Casas Sustentáveis e Mais Santa Casa.

Para o enfrentamento à Covid-19, foram destinados R＄ 111,5 milhões em recursos estaduais em 2022. O secretário apresentou o vacinomêtro no Estado atualizado - que chegou a 96% da população com mais de 5 anos com o esquema vacinal completo (duas doses), e comentou o avanço da campanha de multivacinação no Estado. "É uma situação que vai continuar requerendo cuidados, mas que está sob controle", afirmou.

De janeiro a setembro deste ano também foram realizados Corujões da Saúde com foco na oncologia e na oftalmologia. Foram 11,9 mil procedimentos oncológicos e 20,4 mil cirurgias oftalmológicas.

O secretário afirmou que o tratamento ao câncer será um dos setores da saúde que mais exigirá esforço dos próximos gestores. "Nós criamos uma nova lógica de atendimento ambulatorial nos AMEs. Habilitamos 61 ambulatórios médicos para realizar diagnósticos e tratamento de câncer de pele, e diagnóstico precoce de câncer de intestino", esclareceu.

Além da presidente do colegiado, participaram da reunião a deputada Janaina Paschoal (PRTB) e os deputados Caio França (PSB), Coronel Nishikawa (PL), Edmir Chedid (União), Edson Giriboni (União), José Américo (PT) e Tenente Nascimento (Republicanos).