Escola dá passo adiante quando o assunto é educação financeira

Escola dá passo adiante quando o assunto é educação financeira

A consultora e especialista em comportamento financeiro, Ana Leoni e o consultor financeiro Thiago Godoy foram chamados para criar a estrutura da nova disciplina e capacitar os educadores da Escola Lourenço Castanho

Por Redação 01/11/2023 - 09:19 hs

As escolas do Brasil precisam incluir a disciplina educação financeira nos seus projetos  pedagógicos como tema transversal, espalhado em diferentes disciplinas, como matemática, português e história, e estão se adaptando para responder às exigências da nova BNCC e prestar contas ao Ministério da Educação. A Escola Lourenço Castanho, porém, foi além do que determina a Base Nacional e criou a disciplina específica de educação financeira, sempre aplicada a partir do segundo semestre deste ano. 

A consultora e especialista em comportamento financeiro, Ana Leoni e o consultor financeiro Thiago Godoy foram chamados para criar a estrutura da nova disciplina e capacitar os educadores da Escola Lourenço Castanho. Segundo a consultora, a iniciativa será um importante diferencial da Lourenço Castanho. “A Lourenço Castanho teve o interesse de ter essa temática dentro de sala de aula para se aproximar da vida real dos estudantes. A escola tem os itinerário e a educação financeira faz parte do Projeto de Vida implantado a partir do 6o ano. A ideia é que ter a disciplina à parte que reforça e vai além do que é exigido na BNCC, embora esteja alinhado ela”, explica.

A proposta da Lourenço Castanho é intensificar o ensino da educação financeira para ajudar os jovens a ter uma relação mais saudável com o dinheiro.Segundo Ana, já no projeto piloto foi possível perceber o grande interesse dos estudantes. A disciplina será aplicada para todos os alunos do 6º ano do ensino fundamental até o segundo ano do ensino médio. “A ideia é ensinar conceitos práticos. Vamos trabalhar com competências que queremos desenvolver nos jovens”, diz. 

As competências serão divididas em ganhar, gastar, planejar, economizar e doar. Ganhar vai abordar a importância sobre o valor do trabalho, a diferença entre preço e valor. “É a mais fácil porque a sociedade em geral prepara as pessoas para trabalhar e ganhar dinheiro, mas não prepara as pessoas para guardar e cuidar do dinheiro”, comenta a consultora. Na competência Gastar entra a questão das escolhas de consumo, do consumo consciente, o destino do dinheiro, o que as pessoas precisam e o que querem ter.

Planejar faz parte desse processo, o trabalhador ganha, aprende a usar e precisa planejar para que o uso seja eficiente. “O planejamento entra na fase de definir sonhos, metas, objetivos, como alcançar esses objetivos. Sair do abstrato e ir para questões práticas”, diz Ana. A competência Economizar vai apresentar perspectivas para o futuro, quanto o trabalhador ganha, gasta e poupa para ter reservas quando necessário e depois da aposentadoria. 

“Doar é uma competência importante para que os alunos tenham uma noção forte da interdependência social, não tem como estarmos bem em um ambiente que inclui pessoas que não estão”, avalia a consultora. Segundo ela, o programa da Lourenço Castanho é ainda mais eficiente porque envolve as famílias dos alunos. “Os resultados são mais efetivos quando os pais estão envolvidos, há uma troca grande. Os filhos precisam participar da vida financeira da família em alguma medida”, alega Ana. 

Segundo a consultora, o programa da Lourenço Castanho trabalha o cotidiano econômico e sensibilizar os pais, que precisam trazer as crianças para o jogo, fazer planejamentos juntos, para eles ampliarem a noção do valor do dinheiro. “A ideia do programa é preparar os jovens para a vida, isso envolve decisões econômicas o tempo todo. É preciso fazer com que tenham uma relação mais saudável com o dinheiro, despertar a consciência, evitar desperdícios, minimizando os tabus envoltos nessa temática”, alega.

Ana cita o exemplo da eletricidade. “Luz é um bem que não deve ser desperdiçado. Ninguém deixa a luz ligada a noite inteira só porque tem dinheiro para pagar a conta. Energia é um bem escasso, gera poluição, é restrito, se todo mundo desperdiçar, vai faltar para todo mundo. Com o dinheiro funciona da mesma forma”, ensina a consultora.