No Dia Nacional da Pessoa com Deficiência, a Câmara Municipal de
Osasco realizou uma Audiência Pública para discutir “A Importância da Língua
Brasileira de Sinais - LIBRAS”. O evento aconteceu na terça-feira (21), no
Plenário Tiradentes, organizado pela Comissão Parlamentar do Idoso, Aposentado,
Pensionista e das Pessoas Com Deficiência, atendendo a iniciativa do
vereador-suplente Laércio Mendonça (PSD).
Mendonça
comentou sobre sua experiência com o tema: “Na minha passagem pela Secretaria
Municipal de Assistência Social, desenvolvemos um trabalho relacionado à
linguagem de sinais, sob a batuta da hoje vereadora Elsa Oliveira (Podemos).
Tenho um grande compromisso com a inclusão social”.
Ralfi
Silva (Republicanos) comentou sobre a dificuldade trazida pela pandemia para as
pessoas que utilizam linguagem de sinais: “Muito da comunicação de sinais é
feita pela leitura labial. Nesse sentido, a máscara prejudica essas pessoas.
Que todos sejam vacinados e logo possamos não usar mais a máscara”.
Elsa
Oliveira ressaltou a importância de tratar do tema em audiência na Câmara
Municipal e lembrou o alcance da linguagem de sinais no Brasil: “Segundo o
IBGE, cerca de 5% da população brasileira — ou 10 milhões de pessoas — têm
algum tipo de deficiência auditiva”. Em Osasco são 120 mil pessoas, segundo o
censo 2010.
A
vereadora destacou a implantação de um projeto, quando ainda trabalhava na
Secretaria de Trabalho, para incluir pessoas com deficiência no mercado de
trabalho: “Sempre disse para as empresas pensarem na eficiência e não na
deficiência dessas pessoas”, sublinhou Elsa.
Já a
vereadora Cristiane Celegato (Republicanos) ressaltou como obstáculos na
comunicação podem causar graves impactos na vida dos indivíduos. “Nenhuma
pessoa merece ser alienada do contexto social por uma situação de deficiência
física”.
A
assistente social Clerismar Pinho da Silva, falou sobre as pessoas que
trabalham e lutam para facilitar a inclusão dos PCDs (pessoas com deficiência):
“É uma luta de todos e especialmente da Associação dos Surdos de Osasco,
entidade que propiciou a elaboração do Projeto de Lei para que a Linguagem
Brasileira de Sinais fosse ensinada em nossa cidade, permitindo igualdade de
direito aos surdos”.
Segundo
Clerismar, as escolas deveriam adotar a Libras como sua língua principal. Além
disso, declarou que “deveríamos lutar para que os órgãos públicos tenham
intérpretes de Libras em suas solenidades e atividades diárias”.
Wellington
Assunção, atleta paralímpico de vôlei nascido em Osasco, sofreu amputação de
perna aos 19 anos e falou da sua experiência como deficiente: “Sofri um
acidente ainda muito jovem e percebi as dificuldades de ser PCD. Eu não queria
nem sair na rua. Muita gente só para refletir sobre o tema quando convive com
um deficiente da maneira mais próxima”.
Salomão
Lira Júnior, secretário-executivo da Pessoa com Deficiência de Osasco, falou da
importância de pensar o tema da acessibilidade como política pública. “Pessoas
com deficiência não são especiais, elas são seres humanos. Governos, empresas e
terceiro setor precisam superar o estigma de que a deficiência é um problema. A
deficiência é apenas uma condição que precisa ser pensada desde a
infraestrutura”.
Criados
em Paris, na França, os sinais usados na maioria das linguagens de sinais
aportaram no Brasil ainda em 1855, durante o reinado de Dom Pedro II. O criador
da linguagem chegou ao Brasil para auxiliar um dos netos do imperador, que
tinha problemas auditivos e não falava.
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