Ontem (24), durante audiência do Senado Federal que tratava da atuação do Itamaraty na obtenção de vacinas contra covid-19, o assessor da presidência da República Filipe Martins, que estava sentado atrás do presidente Rodrigo Pacheco (DE-MG) enquanto discursava, fez um gesto com forma arredondada entre o indicador e o polegar. 

  O sinal também conhecido como "OK", poderia ser algum recado a um auxiliar sobre o que estava sendo tratado no evento, ou até mesmo porque estava arrumando o terno. A segunda hipótese foi a versão confirmada por Filipe. 

  "Um aviso aos palhaços que desejam emplacar a tese de que eu, um judeu, sou simpático ao "supremacismo branco" porque em suas mentes doentias enxergaram um gesto autoritário numa imagem que me mostra ajeitando a lapela do meu terno: serão processados e responsabilizados; um a um." publicou Filipe Martins hoje (25) ás 08h55 no Twitter.

  Entretanto, o que causou tamanha repercussão e que pode culminar na demissão do auxiliar do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), é a referência deste movimento feito com os dedos como mensagem simbólica a grupos de supremacistas brancos. 

   Essa expressão seria mais comum nos Estados Unidos entre racistas, aqui no Brasil, o mesmo gesto tem referência pejorativa mas não desta natureza. Há até um emoji no teclado do aplicativo de mensagens no celular com esse mesmo símbolo, mas claramente fora desta referência.

  Assim que percebeu o movimento, o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) protestou chamando o gesto feito pelo assessor de Bolsonaro de "obsceno" na transmissão remota e pediu providências ao presidente da casa Rodrigo Pacheco. Após se consultar com auxiliares, Pacheco solicitou investigação interna do caso.  

  É aguardada portanto uma resposta do Palácio do Planalto e prováveis providências quanto ao assessor especial, todavia, Filipe Martins goza da confiança dos filhos de Jair Bolsonaro - além de claro, ser ligado ao astrólogo Olavo de Carvalho ideólogo da extrema-direita. 

  Segundo informação do blog do Camarotti publicada às 14hrs no G1, Bolsonaro avisa interlocutores de que vai afastar Filipe Martins do Planalto. 

   Caso isso aconteça, o aliado poderá seguir o mesmo curso de pessoas que fazem parte da "ala ideológica'' do governo e que se envolveram em problemas com a Justiça.

   Como o ex-secretário executivo da Casa Civil Marcos Paulo Cardoso Coelho da Silva, que após usar avião da FAB (Força Aérea Brasileira) para voo exclusivo da Suíça à Índia ficou algum tempo afastado, mas já está de volta ao palácio. 

  Houve também o economista Abraham Weintraub que ganhou cargo no Banco Mundial momentos depois de deixar uma gestão conturbada no Ministério da Educação sob o risco inclusive de ser preso por ofender ministros do Supremo Tribunal Federal.