LULA QUESTIONA ''QUEM É O MERCADO'' E MANDA RECADO: ''NÃO TENHAM MEDO DE MIM''.

LULA QUESTIONA ''QUEM É O MERCADO'' E MANDA RECADO: ''NÃO TENHAM MEDO DE MIM''.

Em discurso claro e com objetivo de contrapor a figura política do bolsonarismo, Lula pergunta "quem é o mercado", é crítico aos especuladores que ''trocam papel'' da economia não-produtiva, mas pede que não tenham medo dele.

Por Carlos Santana 10/03/2021 - 15:21 hs
Foto: Reprodução/Internet
LULA QUESTIONA ''QUEM É O MERCADO'' E MANDA RECADO: ''NÃO TENHAM MEDO DE MIM''.
Lula discursa em seu berço eleitoral no Sindicato dos Metalúrgicos do Grande ABC.

   Na sua primeira declaração após recuperar os direitos políticos, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ressurgiu com fala incisiva na coletiva realizada Sindicato dos Metalúrgicos do ABC nesta tarde (10) onde cita Bolsonaro, a pandemia e o mercado.

   A anulação pelo Ministro Edson Facchin do STF das condenações deferidas pela 13a Vara de Curitiba como de esperado repercutiu no mundo político. Em alguns casos com posicionamentos surpreendentes, como o tweet de Arthur Lira (PP-AL), presidente da Câmara dos Deputados: "Minha maior dúvida é se a decisão monocrática foi  para absolver Lula ou Moro. Lula pode até merecer. Moro, jamais!".  

   Na eleição legislativa a cerca de 1 mês, Lira foi ferrenhamente defendido pelo bolsonarismo, entretanto essa declaração em aceno a Lula, fez despertar a desconfiança de aliados. 

  Em falas críticas ao mercado, Lula questionou o porquê de terem medo do seu retorno, haja vista que durante os 8 anos de governo as instituições financeiras tiveram 500 bilhões de reais de isenções fiscais concedidas pelo ministro Guido Mantega, então chefe da economia na época. Este foi o único momento que criticou o que não deveria ter sido feito em sua gestão. 

   O ex-presidente também questionou jornalistas sobre a quem interessa a autonomia do Banco Central e seguiu o seu raciocínio contra as privatizações que são defendidas pelo governo de Jair Bolsonaro (sem partido). 

  A condução de Bolsonaro (chamado no discurso de "fanfarrão'') durante a atual crise sanitária também foi comentada por Lula. "Este país não tem governo, este país não cuida da economia, não cuida do emprego, não cuida do salário, não cuida da saúde, não cuida do meio ambiente, não cuida da educação, não cuida do jovem, não cuida da menina da periferia."

   Lula criticou a imprensa alegando ter sido prejudicado pela mídia e adjetivou esse movimento como ''coisa de tucano'' no jornal.

   Conforme esperado, também fez duras falas contra a operação Lava-Jato e acenou aos sindicalistas. "Sindicato fraco não vale nada, tem que ter sindicato forte" disse o ex-metalúrgico. "Não tenham medo de mim, eu sou radical porque quero ir na raiz dos problemas deste país", emendou o petista.

   Partindo para linha moderada, Lula disse não se opor aos empresários que segundo ele tiveram bastante diálogo durante o seu governo e finalizou dizendo que não se pode ter supremacia, nem do trabalhador e nem do capital.

 

#Lula #Bolsonaro #Discurso #EdsonFacchin #STF #LavaJato