3ª VIA: MORO, UM ZERO À DIREITA

3ª VIA: MORO, UM ZERO À DIREITA

Seria o ex-juiz beneficiado pelo eleitorado que teme a corrupção de Lula e as diatribes de Bolsonaro?

Por CARLOS SANTANA 24/11/2021 - 14:37 hs
3ª VIA: MORO, UM ZERO À DIREITA
Sergio Moro fez parte do governo Bolsonaro - maior beneficiado com Lula preso em 2018

 Faltam ainda 312 dias para o 1º turno das eleições presidenciais e as expectativas para uma disputa polarizada entre esquerda vs direita personificadas em Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (sem partido) já não é mais tão esperada. O atual presidente, teria mais chances caso pudesse novamente capitanear um sentimento que decidiu o pleito há três anos, o antipetismo. 


  Neste cenário, mesmo alinhado com o governo, o centrão (PP, PMDB, PSD, DEM e PTB) ficaria sem poder direto na chapa vencedora como teve da democratização até a chegada de Lula no Planalto que completa no ano que vem 20 anos. 


  O estabilshment - financiado pelo poder econômico e político fisiológico -, por sua vez, ainda sem saber bem aonde irá investir, segue na crença de uma chapa capaz de oferecer moderação às duas posições extremadas. 


 João Dória e Eduardo Leite, governadores de SP e RS respectivamente, disputam a vaga para representar o PSDB, mas nas pesquisas somadas às intenções de votos chegam a no máximo 4,7% - cenário semelhante ao encontrado pela legenda com 5% nas eleições passadas.


Situação que tende a piorar, principalmente depois do constrangedor episódio do aplicativo que após apresentar falhas na votação fez as prévias do partido serem interrompidas. As chapas tucanas não chegaram a um acordo interno e é possível que a Executiva Nacional possa escolher qual deles, considerando também Arthur Virgílio, irá representar o principal grupo dissidente que já votou em Bolsonaro. 


  Ciro Gomes tem 6% das intenções, embora o João Santana (ex-marqueteiro do PT) não tenha ainda começado a trabalhar efetivamente. A omissão de 2018, quando no 2º turno após ser derrotado viajou para Paris, poderá ser um ponto que irá desidratar ainda mais o emblemático político de passado ideológico na esquerda. 


Sem apresentar algo realmente consistente para o eleitorado, o que se viu por parte do pedetista foram apenas acenos, inclusive com conservadores. Não há propostas sobre como negociar com os políticos sem lotear o estado, ou seja, uma solução às dificuldades que Bolsonaro está enfrentando com o presidencialismo de coalizão no Congresso, por exemplo. 


  Para ser justo, nenhum pré-candidato até agora conseguiu colocar os deputados e senadores de volta à linha tênue que, no equilíbrio, façam-nos deixarem de ser meros chantagistas de seja lá qual for o governo da ocasião. E é nesse verdadeiro balcão de negócios de interesses espúrios que transita o centrão, pai dessa controversa solução.


  O resultado da corrida presidencial se tornou mais incerto após o dia 10, quando a filiação de Sergio Moro a um partido de centro foi oficializada. O Paraná Pesquisa divulgou praticamente na semana seguinte (22) os ânimos do eleitorado após a possibilidade de ter o ex-juiz, e ídolo da direita lavajatista a disputar com seu ex-chefe e atual desafeto. 


O ex-ministro de Bolsonaro sai dos 7% e avança para dois dígitos (10,7%), o que o torna um nome realmente competitivo para a terceira via. Em eventual 2º turno Sérgio Moro perderia para Lula (40% x 29%), mas ainda não foi testado o cenário caso a decisão do pleito fosse com Bolsonaro. 


  Moro ainda fala cheio de generalidades e se manteve mais ativo nas redes sociais após o lançamento de seu nome e mesmo sem cargo definido, começou a criticar diretamente e de forma mais incisiva o presidente Lula e o PT.


Entretanto seu nome ainda não é bem quisto pela ala mais ideologizada da direita que é conservadora nos costumes e liberal só na economia - mas nem tanto, vide os privilégios para os militares neste governo. 


  Para Lula provavelmente seria mera vingança disputar contra o seu antigo algoz em uma campanha sobre a "Justiça que venceu a injustiça", mas se o fizer contra Bolsonaro e ganhar, não há como saber o que será deste país. 




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