AS REFORMAS VÃO FICANDO PARA TRÁS

AS REFORMAS VÃO FICANDO PARA TRÁS

Em ambiente politico polarizado e com a atenção direcionada ao que acontece na CPI da pandemia, perde-se o tempo necessário para que sejam votados projetos importantes na reconstrução do Brasil.

Por CARLOS SANTANA 03/06/2021 - 22:30 hs

 Há um cenário muito complicado que será encontrado pelo próximo ocupante do Palácio do Planalto seja ele quem for. Caso Jair Bolsonaro seja reeleito terá que desembolsar uma dinheirama para manter o centrão amansado. Se outro chegar lá terá de fazê-lo também, pois em um sistema politico como o nosso não há outra forma de agir.  


Seja qual for a situação, haverá o presidencialismo de coalização. 


 Na história recente, o Brasil apenas conseguiu seguir em estabilidade nos momentos de profundo “diálogo”entre o Congresso e a Presidência. Essa é a política brasileira. Não houve até agora algum momento em que funcionou sem fisiologismos e toma-lá-dá-cá


Atualmente são 35 partidos com 26 representados no Congresso Nacional, sendo assim, não há alguma chance de se avançar nas pautas reformistas se não houver algum tipo de negociação com parlamentares. Esta coluna não tem o objetivo de criminalizar a atividade política, mas quer mostrar de forma prática que esse é o caminho, mas como se segue ele é aonde está o x da questão. 


Após a redemocratização e dois impeachments de presidentes eleitos pelo voto popular, o presidente da Câmara se tornou figura tão importante ou igualmente como o da República. Sendo assim, a imprensa como olhos da sociedade civil direcionou as pautas, e até mesmo o futuro de governos, através do espelho das relações com os parlamentares. 


Neste momento embora o presidente Jair Bolsonaro tenha o aliado Arthur Lira no comando da Câmara e o (por enquanto) neutro Rodrigo Pacheco no Senado, não se pode garantir até mesmo que ele não seja submetido a um processo de impeachment - dado o resultado previsível da CPI em curso no Senado.


Enquanto isso a economia se recupera de um naufrágio que piorou algo que já estava ruim. Os dados do IBGE desta semana mostram que estamos no mesmo patamar pré-pandemia. Entretanto o dólar segue em queda - após pico de R$5,70 atualmente vale em torno de R$5,06. 


A desigualdade que se reforçou na pandemia segue imutável no campo tributário, pois com uma carga majoritariamente representada no consumo, obviamente, o pobre paga mais imposto do que o rico. É como se o Estado funcionasse como um Robin Hood às avessas. 


O funcionalismo publico por sua vez segue com a sua vigorosa estabilidade, salários acima do praticado no mercado e diversos outros privilégios que a pretensão de projeto para mudar a administração pública é um fracasso antes mesmo de vingar - dada as diversas concessões que a equipe de e Guedes teve de fazer por pressão do centrão que tem de a minguar os resultados. 


Espera-se sinceramente que passado o circo do Renan e do Oriz o parlamento volte a seguir com as votações que realmente podem mudar o futuro do Brasil. O resto é só politicagem barata.